A redução da desigualdade brasileira

reproduzido de elpais.com
tradução Luiz Carlos Cruz Fabiano

Brasil reduz desigualdades e amplia classe média

Durante os último anos a redução da desigualdade econômica e social tem sido constante no Brasil, até o ponto de que hoje supera, e multiplica por 3, as previsões da ONU, segundo revela um estudo da prestigiosa Fundação Getúlio Vargas (FGV) entitulado “Devolta ao país do futuro”.

Segundo a pesquisa, os estados brasileiros que mais diminuiram as desigualdades, tanto econômicas quanto sociais, foram os do nordeste, tradicionalmente pobres. De um destes estados, Pernambuco, fugiu da fome o pequeno Lula, futuro presidente da República, para buscar melhor sorte na rica São Paulo.

Na região nordeste, o crescimento econômico desde 2003 até hoje foi de 42%. Nessa região “existe uma grande parte da população disposta a saltar da classe D (a mais baixa) para a classe C”, a nova classe média saida da pobreza, afirma Marcelo Neri, economista da Fundação Getúlio Vargas. Nesse mesmo período o sudeste, mais rico, cresceu apenas 16%.

A redução ininterrupta das desigualdades econômicas no Brasil durante os últimos anos contrasta com a grave crise que sofrem os países europeus.

O melhor reflexo da redução das desigualdades econômicas no Brasil é o surpreendentes crescimento da classe C, cujas famílias tem agora menos de dois filhos (em 1960, a média era de sete), se preocupam mais pela educação de seus filhos, por ter um trabalho fixo e em possuir formação profissional.

Desde 2003 até hoje mais de 40 milhões de pessoas (quase a população da Espanha) passaram da classe E (pobreza) à nova classe C. Esta nova classe C, uma vez que não há nenhum sinal de que o ritmo da redução das desigualdades possa diminuir, representará 118 milhões de cidadãos já em 2014. É uma classe que começa a ser indispensável em todas as grandes decisões do país, como é o caso das eleições.

Esta nova classe média, que ainda é baixa, já apresenta uma capacidade para adquirir bens de consumo superior a das classes altas e média A e B. Calcula-se que essa classe C emergente representa atualmente 40% do PIB nacional.

De acordo com Neri, o economista da FGV entrevistado por este jornal, apesar de todas essas boas notícias, não podemos esquecer que o Brasil “ainda é um dos países com maiores desigualdades do mundo”. Ao mesmo tempo, enquanto a tendência de desigualdade ao redor do mundo convida à exploração, como na China, “Brasil está demonstrando que se encontra bem mesmo em meio às tormentas, e que o brasileiros já aprenderam como lidar com as épocas de crise”, afirma Neri.

notícia original aqui:http://internacional.elpais.com/internacional/2012/03/08/actualidad/1331234542_754482.html

Sobre ziulfabiano

Filho de pai Argentino e mae Brasileira, vivendo em Madrid e acompanhando o que se passa por aqui e por ali.
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